Violência na RENAMO em Nampula: Confronto Armado Expõe Crise Interna e Aumenta Tensão Política

Um incidente violento ocorreu durante uma tentativa de assalto às instalações, protagonizado por indivíduos armados com catanas, azagaias e paus, segundo relataram testemunhas no local. A Polícia da República de Moçambique (PRM) permaneceu destacada no perímetro, com o objetivo de garantir a segurança e prevenir novos confrontos. Até ao momento, o Hospital Central de Nampula não divulgou informações oficiais sobre o estado clínico das vítimas, embora esteja confirmado que pelo menos uma delas apresenta ferimentos ligeiros.

Imagens captadas no local mostram grupos de indivíduos portando dísticos, bandeiras e outros símbolos associados à RENAMO, envolvidos em atos de agressão física e situações de grande desordem. O episódio reflete um aumento das tensões internas no partido, que, nos últimos meses, tem enfrentado maior pressão nas suas estruturas provinciais, especialmente no norte do país.

Em conferência de imprensa realizada após o incidente, Nelson Carvalho, porta-voz da RENAMO em Nampula, classificou o ataque como uma “provocação grave” e afirmou que o partido “vai responder à sua medida”, acrescentando que a organização não se responsabiliza pelas consequências. A declaração marcou um tom mais duro e sugere um ambiente de crescente radicalização no discurso interno.

Embora a motivação exata do ataque continue por esclarecer, analistas indicam possíveis ligações às divisões persistentes dentro da RENAMO, acentuadas desde a ascensão de Ossufo Momade à liderança. Conflitos entre a ala política e antigos guerrilheiros têm alimentado episódios recorrentes de tensão em várias províncias, evidenciando que o partido ainda enfrenta dificuldades para alcançar estabilidade plena.

Em Nampula, onde a RENAMO tem ampliado a sua base eleitoral e presença organizacional, o tumulto desta quinta-feira ocorre num momento especialmente sensível, podendo representar mais um desafio à coesão interna e à autoridade da atual liderança. O episódio, ainda em evolução, expõe fragilidades nas estruturas provinciais do maior partido da oposição e levanta preocupações sobre a sua capacidade de gerir conflitos internos de forma pacífica e institucional.

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