Sismo Eduardo Regressa a Nampula Após 20 Dias de Ausência Forçada e Denuncia Ameaças à Sua Vida

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O activista social e apresentador do programa “Tribuna do Povo”, Sismo Eduardo, regressou à cidade de Nampula após cerca de 20 dias de ausência forçada, motivada por ameaças à sua integridade física. À sua chegada ao Aeroporto Internacional de Nampula, o activista falou publicamente sobre as razões que o levaram a abandonar temporariamente a cidade e as condições que tornaram possível o seu regresso.

Segundo Sismo Eduardo, a sua saída foi precipitada por ameaças directas à sua vida e por movimentos suspeitos em torno da sua residência, que o colocaram em estado de alerta máximo.

“Houve uma pressão. Pressão que tinha a ver com o atentado à minha vida, tive alertas, senti a minha casa cercada. E peguei na fuga que eu tive e consegui sair”, afirmou.

O activista esclareceu que não saiu do país, tendo permanecido em território nacional durante todo o período de afastamento. Classificou a sua decisão como um acto “voluntário, mas de forma forçada”, tomado exclusivamente para preservar a sua segurança e a da sua família.

Apesar das ameaças, Sismo Eduardo reafirmou o seu compromisso com o programa “Tribuna do Povo”, garantindo que a iniciativa continuará activa. Para o apresentador, o programa representa uma luta permanente pela justiça social e pela democracia. 

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“O programa vai continuar. É uma luta para a libertação. Para o bem-estar de toda a nação. Para a restauração da verdadeira democracia e o cumprimento da lei”, declarou.

O activista atribuiu as ameaças a sectores que descreveu como “padrinhos da corrupção” e “mentores da desgraça desta nação”, alegando que estes se sentem incomodados com a sua postura crítica em relação à má gestão dos recursos públicos e às injustiças sociais.

“Se tu queres lutar contra a injustiça, tu estás declarando guerra contra os opressores, contra aqueles que praticam a injustiça”, concluiu.

Um dos aspectos mais inéditos e surpreendentes revelados por Sismo Eduardo foi o envolvimento directo do Governo Provincial de Nampula no seu regresso à cidade. De acordo com o activista, o executivo provincial custearou a sua passagem de regresso, um facto que classificou como “pela primeira vez na história” em relação a um defensor de direitos humanos.

Além disso, foi submetida uma denúncia formal à Procuradoria, com vista à investigação das ameaças contra a integridade física e moral do activista e da sua família.

O regresso de Sismo Eduardo reacende o debate sobre a segurança de activistas sociais e defensores dos direitos humanos em Moçambique, bem como sobre a necessidade de garantias efectivas para o exercício da liberdade de expressão e da participação cívica no país.

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