António Cavele, presidente do júri da Autoridade Tributária de Moçambique, é acusado de vazar dados confidenciais do concurso de 19 viaturas de luxo para beneficiar empresas envolvidas.

O Presidente do Júri do concurso público para a adjudicação de 19 viaturas de luxo destinadas à Autoridade Tributária de Moçambique (AT), António Cavele, está a ser acusado de vazar informação confidencial do processo, alegadamente com o objectivo de obter vantagens pessoais junto de empresas concorrentes.

Segundo fontes internas da AT, que falaram sob condição de anonimato, Cavele terá partilhado, por lapso, dados sensíveis do concurso num grupo interno de WhatsApp da instituição, quando a informação se destinaria, na verdade, a indivíduos considerados seus comparsas, directa ou indirectamente ligados às empresas envolvidas no processo de adjudicação.

As mesmas fontes acreditam que António Cavele e outros quadros seniores da Autoridade Tributária terão como objectivo amealhar “chorudas comissões” junto das empresas previamente seleccionadas para vencerem o concurso, num alegado esquema que compromete a transparência e a legalidade do procedimento.

“Nesta fase do concurso, as empresas vencedoras ainda não foram oficialmente comunicadas do sorteio. No entanto, a informação sobre quem irá ganhar já circula nos grupos de WhatsApp da AT, o que configura uma grave violação da ética deontológica do funcionário público”, denunciam os queixosos.

O caso levanta sérias dúvidas sobre a integridade do concurso público e reacende o debate em torno da governação, da transparência e da corrupção nas instituições do Estado, sobretudo em processos de aquisição envolvendo elevados montantes financeiros. Até ao momento, a Autoridade Tributária de Moçambique não se pronunciou publicamente sobre as acusações.

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