O Governo da Suécia anunciou esta sexta-feira que vai deixar de cooperar com Moçambique no domínio do desenvolvimento, encerrando um ciclo de quase cinco décadas em que investiu mais de dois mil milhões de dólares norte-americanos desde 1975. A decisão segue a nova orientação estratégica sueca em matéria de ajuda internacional.
De acordo com o comunicado oficial, a medida foi decidida na quinta-feira (04) e não está relacionada com qualquer ocorrência interna em Moçambique, mas sim com mudanças políticas e de segurança na região nórdica, bem como com a redução global das estratégias bilaterais de cooperação definidas pelo Governo sueco.
Encerramento será gradual e não afecta ajuda humanitária
O documento esclarece que a Embaixada da Suécia em Moçambique já iniciou o processo de reorganização, embora o fim da cooperação para o desenvolvimento seja implementado de forma gradual, para garantir uma transição ordenada.
Apesar da mudança, o Governo sueco afirma que a ajuda humanitária continuará garantida, sobretudo em áreas críticas como insegurança alimentar, deslocamento populacional e impactos climáticos. A Suécia é actualmente o quinto maior doador humanitário bilateral de Moçambique.
Relação histórica e resultados reconhecidos
No comunicado, o embaixador Andrés Jato destacou a profundidade da relação entre os dois países:
“As relações positivas e duradouras entre Moçambique e a Suécia criaram uma base estável para uma parceria renovada e aprofundada. A Suécia orgulha-se do contributo que tem feito para o desenvolvimento de Moçambique.”
O diplomata sublinhou que a cooperação bilateral permitiu resultados significativos em áreas como:
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Energia e clima
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Saúde e direitos sexuais e reprodutivos
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Inclusão económica e social
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Ensino superior e investigação
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Paz e segurança
Nova estratégia sueca privilegia comércio e investimentos
Com esta reorientação, o Governo da Suécia pretende lançar uma nova base de relacionamento, centrada em desafios globais comuns, inovação, crescimento económico, comércio e investimento.
Embora a cooperação tradicional esteja a ser encerrada, a Embaixada permanecerá em Moçambique, mantendo canais diplomáticos e explorando formas alternativas de parceria.

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