A Polícia Judiciária (PJ) de Portugal deteve, em Lisboa, um cidadão estrangeiro de 51 anos que era procurado pelas autoridades moçambicanas por alegado envolvimento em criminalidade altamente organizada. A informação foi confirmada pela corporação, em comunicado citado pela TVI Notícias.
Segundo a PJ, o homem é alvo de procedimento criminal em Moçambique pelos crimes de associação criminosa, branqueamento de capitais, falsificação de documentos e abuso de confiança.
Esquema movimentou cerca de 140 milhões de dólares
A investigação aponta que, enquanto diretor de uma empresa, o suspeito ordenou, entre 2019 e 2023, a transferência de cerca de 140 milhões de dólares para as Ilhas Maurício, Emirados Árabes Unidos, China, Japão e Portugal. As transferências seriam justificadas como pagamentos para importação de mercadorias que, no entanto, nunca chegaram a ser desalfandegadas em Moçambique.
De acordo com a PJ, o homem contou com o apoio de despachantes aduaneiros que teriam falsificado documentos de desalfandegamento. Esses documentos eram enviados posteriormente a bancos comerciais para legitimar os montantes enviados ao exterior.
Parte dessa quantia, refere o comunicado, teria origem em depósitos e transferências feitos por familiares, alguns dos quais detidos anteriormente por suspeitas de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.
Empresas serviam para ocultar rendimentos ilícitos
Suspeito pode enfrentar até 16 anos de prisão
O detido deverá ser presente ao Tribunal da Relação de Lisboa, que irá decidir as medidas de coação a aplicar enquanto decorre o processo de extradição. Se for extraditado e condenado em Moçambique, poderá enfrentar pena que pode chegar a 16 anos de prisão.


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