Nos últimos anos, ciclones como Idai, Kenneth, Gombe e Freddy deixaram milhões de moçambicanos sem energia e provocaram danos severos na infraestrutura eléctrica. Em média, as perdas variam entre 6 e 8 milhões de dólares por evento, tendo o ciclone Idai registado um impacto histórico de 88 milhões de dólares.
O Presidente do Conselho de Administração da EDM, Eng. Joaquim Ou-chim, alertou que a destruição recorrente causada por estes fenómenos naturais compromete a operação da empresa e atrasa a meta de Acesso Universal à energia até 2030.
“Somos forçados a redireccionar recursos destinados a novas ligações para intervenções de emergência e recuperação da rede destruída”, explicou.
Através do novo Fundo, a EDM pretende:
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Reduzir em pelo menos 40% os danos provocados por eventos climáticos extremos;
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Encurtar em 60% o tempo de restabelecimento do fornecimento de energia após tempestades.
Para o embaixador da Noruega em Moçambique, o apoio permitirá reforçar os pontos mais vulneráveis da Rede Eléctrica Nacional e acelerar reparações de emergência.
“Quando a energia falha durante tempestades, hospitais, escolas e sistemas de abastecimento de água sentem imediatamente o impacto. O nosso objectivo é reduzir interrupções e garantir um serviço mais estável para as famílias moçambicanas”, destacou.
O financiamento agora disponibilizado integra um programa mais amplo avaliado em 46 milhões de dólares. A primeira fase, lançada em Novembro de 2024, permitiu a criação da Unidade de Gestão de Desastres da EDM, actualmente operacional e dedicada a respostas rápidas em situações de calamidade.Desde então, segundo Ou-chim, têm sido implementadas soluções “rápidas, robustas e resilientes” que asseguram a continuidade do fornecimento de energia no território nacional.
Com o novo apoio, a Unidade de Gestão de Desastres Climáticos da EDM irá reforçar acções de preparação, prevenção e avaliação de riscos, em coordenação com o Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD) e o Instituto Nacional de Meteorologia (INAM).
A iniciativa enquadra-se nos esforços conjuntos de Moçambique e Noruega para atingir o Acesso Universal à energia até 2030 e fortalecer o cumprimento dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), nomeadamente o ODS 7 (Energia Acessível e Limpa) e o ODS 13 (Acção Climática).

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