Instabilidade na Guiné-Bissau: Plataformas Pedem Investigação Internacional ao Crime Organizado

 

Duas plataformas de organizações da sociedade civil da Guiné-Bissau dirigiram uma carta aberta ao Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, apelando à intervenção internacional para travar a criminalidade organizada e evitar o colapso total do país. O alerta surge num momento de instabilidade profunda, após o golpe de Estado militar de 26 de Novembro, que afastou o Presidente Umaro Sissoco Embaló e colocou o país sob controlo das Forças Armadas.

Na carta, as organizações acusam o presidente deposto de estar envolvido em redes internacionais de tráfico de droga e armas, bem como em branqueamento de capitais. As alegadas ligações de Embaló incluiriam contactos com grupos da América Latina, particularmente dedicados ao tráfico de cocaína para a África Ocidental, região que há décadas enfrenta pressões do narcotráfico.

Os signatários pedem que os EUA apoiem uma investigação internacional independente sobre estas relações e sobre o caso de um avião proveniente da Venezuela apreendido em Setembro de 2024 em território guineense, que transportava mais de duas toneladas de cocaína. Segundo as organizações, este episódio evidencia a profundidade da infiltração do crime organizado no país.

As plataformas afirmam ainda que Embaló terá utilizado recursos provenientes dessas actividades ilícitas para financiar acções contra a democracia, incluindo repressão de liberdades, perseguição a opositores e captura de instituições do Estado. Afirmam também que o alegado envolvimento em actividades criminosas teria contribuído para corromper sectores das chefias militares e enfraquecer o sistema de justiça, abrindo caminho para a atual crise político-institucional.

As organizações defendem que, sem apoio internacional e mecanismos robustos de investigação, a Guiné-Bissau corre o risco de mergulhar ainda mais na violência, instabilidade e no domínio de redes criminosas transnacionais.

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