Umaro Sissoco Embaló refugia-se no Congo após golpe militar na Guiné-Bissau

 

O Presidente deposto da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, viajou para o Congo-Brazzaville, depois de inicialmente ter procurado refúgio no Senegal, noticiam vários órgãos de comunicação internacionais.

Segundo a Jeune Afrique, Embaló chegou a Brazzaville na noite de sexta-feira, 29 de Novembro, a bordo de um avião fretado pela Presidência congolesa. A publicação revela que o antigo chefe de Estado viajou acompanhado por familiares e próximos colaboradores.

A mesma fonte recorda que Embaló tentou inicialmente refugiar-se em Dacar, no Senegal, após os militares terem tomado o poder em 26 de Novembro, destituindo o Governo e suspendendo a divulgação dos resultados das eleições gerais de 23 de Novembro.

No próprio dia do golpe, Embaló confirmou à Jeune Afrique que tinha sido deposto e detido por militares, antes de ser levado para território senegalês.

A SeneNews, citando o Confidentiel Afrique, também confirma a viagem para o Congo, acrescentando que Embaló pediu para deixar Dacar devido a uma “noite turbulenta” e alegada pressão política após declarações contundentes do primeiro-ministro senegalês, Ousmane Sonko, no Parlamento, que classificou a situação na Guiné-Bissau como “esquemas clandestinos”.

Segundo essa publicação, foi o próprio Embaló quem solicitou ao Presidente congolês que providenciasse a sua saída urgente do Senegal.

Crise política e militar em Bissau
Na quarta-feira, um grupo de militares assumiu o poder em Bissau, destituiu Umaro Sissoco Embaló e instalou um Governo de transição liderado pelo general Horta Inta-A, empossado como Presidente por um período de um ano.

O novo primeiro-ministro e ministro das Finanças é Ilídio Vieira Té, antigo governante do executivo de Embaló.

As eleições de 23 de Novembro decorreram sem incidentes, mas sem a participação do maior partido da oposição, o PAIGC, e do seu líder Domingos Simões Pereira, excluídos do processo. A oposição denuncia o golpe como uma manobra para travar a divulgação dos resultados eleitorais, que, segundo afirma, seriam desfavoráveis ao regime deposto.

Condenação internacional

A comunidade internacional condenou o golpe militar e a Guiné-Bissau foi suspensa da CEDEAO e da União Africana, organizações que exigem o restabelecimento da ordem constitucional e a divulgação dos resultados eleitorais.

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