Antigo vice-primeiro-ministro de Portugal alerta que instabilidade afasta investidores e apela ao pragmatismo legislativo.
A estabilidade política e a segurança jurídica são condições essenciais para que Moçambique consiga atrair mais investimento, afirmou nesta terça-feira, em Maputo, o antigo vice-primeiro-ministro de Portugal, Paulo Portas. O político e analista sublinhou que esses factores são igualmente determinantes para o crescimento económico em todo o continente africano, dada a grande abundância de recursos naturais — desde combustíveis fósseis às energias renováveis.
Segundo Portas, a instabilidade política constitui um dos elementos que mais afugenta investidores internacionais. Por isso, apelou ao reforço do diálogo e de consensos nacionais.
“Protejam-na com diálogo, com compromisso, mas protejam a estabilidade política. Isso pode fazer de Moçambique um país top do ponto de vista da atracção de investimento… A África precisa de um Moçambique estável”, disse.
Ao abordar a questão da segurança jurídica, Portas defendeu a necessidade de mais pragmatismo na produção legislativa, evitando mudanças constantes de leis ou a criação repetida de comissões para resolver assuntos pontuais. A previsibilidade legal, sublinhou, é crucial para dar confiança aos investidores.
O analista destacou ainda que o continente africano deve diversificar as suas fontes de riqueza, apostando não só nos combustíveis fósseis, mas também nas energias renováveis e no agro-negócio. Para Portas, porém, o maior investimento estratégico que África pode fazer é na sua juventude.
“É preciso criar mais emprego para a juventude”, rematou.
Paulo Portas falava durante a Conferência Económica “Visão M”, realizada em Maputo por ocasião do 30.º aniversário do Millennium bim, evento que contou com a presença do Presidente da República, Daniel Chapo, do PCA do banco, Moisés Jorge, bem como empresários e figuras políticas.

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