O evento contará com a presença do Conselho Executivo Provincial, do sector privado e de empresas-chave da cadeia de valor da exportação, reunindo entre 150 e 200 participantes. Ao longo do encontro, será apresentado o potencial produtivo e exportável da província, com destaque para os distritos de Manjacaze e Chókwè.
Segundo o CEO da ExportaMoz, Miguel Joia, o memorando consolida um trabalho já realizado nos 14 distritos de Gaza, em parceria com a Direcção Provincial da Indústria e Comércio. O acordo estabelece responsabilidades e benefícios entre o sector privado e o Governo, com o objectivo de dinamizar a participação dos distritos de Gaza no comércio internacional e impulsionar a economia local.
Gaza é vista como um território de “potencial produtivo excepcional” no agronegócio, com capacidade destacada para castanha de caju, arroz, cereais, legumes e hortícolas. A ExportaMoz trabalha já com produtores locais para expandir a exportação de arroz e piripiri seco para a África do Sul, além de ter triplicado as exportações de castanha de caju, de 5 para 15 milhões de dólares.
Entre os principais desafios identificados está o acesso aos mercados internacionais, limitado pela falta de informação, pela dificuldade em garantir continuidade de fornecimento e pela ausência de previsibilidade para compradores. Para ultrapassar esses constrangimentos, a ExportaMoz combina estudos sobre a oferta local com análises de demanda global e aposta em estratégias de “nearshoring”, privilegiando exportações rodoviárias para mercados regionais e tirando proveito da Zona de Comércio Livre Continental Africana.
Na escolha de parceiros, a organização prioriza grandes exportadores com capacidade para dinamizar cadeias de valor, gerar emprego e fortalecer a arrecadação fiscal. Com este memorando, Gaza torna-se a quinta província a firmar parceria com a ExportaMoz, depois de Maputo, Nampula, Niassa e Cabo Delgado. A meta é abranger todas as províncias até 2026, incluindo a cidade de Maputo.Recentemente, a ExportaMoz lançou o portal “Exporta” (Mozesporta), um marketplace que liga a oferta local à demanda internacional, oferecendo transparência sobre preços, volumes de fornecimento e desempenho dos exportadores. A organização também criou uma linha de crédito que facilita o acesso a financiamento, ligando grandes importadores, bancos comerciais e mercados internacionais. Além disso, opera uma incubadora que apoia produtores em logística, qualidade e acesso a mercados, incluindo contratos para compra de gergelim em vários distritos.
Durante o workshop, será ainda apresentado o plano para a criação da Zona Económica Especial de Agronegócio do Limpopo — baseada no antigo Regadio do Baixo Limpopo — que beneficiará seis distritos e deverá criar novas oportunidades de produção e de negócios.
Para Miguel Joia, a assinatura do memorando não representa o início, mas a consolidação de uma parceria já em curso. “O objectivo é transformar o potencial produtivo da província em resultados concretos em exportação, emprego e receitas para Moçambique”, afirmou.

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