Segundo o comunicado divulgado no final da 40.ª Sessão Ordinária do Conselho de Ministros, a revisão torna-se necessária para ajustar as projecções às mudanças mais recentes no contexto macroeconómico, incluindo a fraca arrecadação de receitas e a redução do crescimento económico.
Impactos que condicionaram a economia em 2025
Entre os fenómenos que mais afectaram a economia estão:
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Tensão pós-eleitoral: afectou 955 empresas, provocou a perda de 17 mil postos de trabalho e gerou prejuízos estimados em 32,2 mil milhões de Meticais.
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Terrorismo no Norte: continuou a atrasar a retoma plena dos projectos de gás natural, que só começaram a dar sinais de normalização em Novembro de 2025.
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Eventos climáticos extremos: ciclones, cheias e seca dificultaram a produção agrícola e danos em infra-estruturas.
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Escassez de divisas no sistema financeiro: impactou importações e travou a actividade de vários sectores.
Queda do crescimento e revisão das projecções
O comunicado do Governo revela dados preocupantes:
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O PIB contraiu 3,9% no primeiro trimestre de 2025.
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No primeiro semestre, a contracção média foi de 2,4%.
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O Executivo reviu em baixa o crescimento económico em 1,3 pontos percentuais para 2025.
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Para 2026, prevê-se um impacto adicional, com uma redução de 0,4 pontos percentuais face às projecções iniciais.
Receitas do Estado também caem
A actualização dos pressupostos macroeconómicos aponta que:
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Em 2025, a arrecadação de receitas deverá ficar em 361,8 mil milhões de Meticais,
24 mil milhões abaixo da previsão inicial. -
Esta queda afecta também 2026, que apresenta uma revisão negativa de 14,9 mil milhões de Meticais.
A proposta inicial do PESOE 2026 previa:
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421,9 mil milhões MT em receitas
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535,6 mil milhões MT em despesas
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113,6 mil milhões MT de défice
Governo anuncia cortes em investimentos não prioritários
Para evitar um agravamento maior do défice, o Executivo afirmou que irá ajustar variáveis orçamentais, incidindo sobretudo sobre:
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projectos de investimento classificados como não prioritários
O Governo garante, contudo, que serão preservados:
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o funcionamento dos serviços públicos essenciais
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o financiamento de políticas sociais fundamentais, como educação, saúde e programas de protecção social.


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