16 Dias de Activismo arrancam com alerta para a crescente violência digital contra mulheres e raparigas

Arrancou a 25 de Novembro a campanha global dos 16 Dias de Activismo contra a Violência de Género, este ano com um foco especial numa realidade ainda pouco reconhecida, mas cada vez mais alarmante: a violência digital contra mulheres e raparigas.

Organizações nacionais e internacionais alertam que, enquanto a sociedade continua a olhar sobretudo para as agressões físicas e verbais, cresce uma forma silenciosa de violência que se esconde por trás de ecrãs, cliques e perfis anónimos.

A violência online manifesta-se através de comentários ofensivos, ameaças, exposição abusiva de informações pessoais, chantagens digitais, perseguição em redes sociais e difusão não consentida de conteúdos íntimos. Estes ataques, embora invisíveis para muitos, têm impactos profundos na saúde emocional das vítimas, no seu bem-estar e até na sua participação social e política.

“Um clique nunca parece perigoso, até que se transforma numa arma”, denunciam activistas, lembrando que a tecnologia — um espaço criado para ligar pessoas — tem sido também usada como ferramenta de intimidação e silenciamento.

Muitas mulheres, sobretudo jovens, relatam sentir-se vulneráveis e desprotegidas na esfera digital, onde agressores podem atuar no anonimato e com grande alcance. As consequências incluem isolamento, medo, danos reputacionais e limitações à liberdade de expressão.

Acções ao longo dos 16 dias

Durante este período, várias organizações da sociedade civil irão promover:

• debates comunitários,

• formações sobre segurança digital,

• campanhas de sensibilização nas escolas,

• actividades de apoio e orientação a vítimas.

O objectivo é quebrar o silêncio, reforçar mecanismos de protecção, exigir maior responsabilização dos agressores e promover literacia digital, sobretudo entre jovens e mulheres em situação de vulnerabilidade.

Encerramento no Dia dos Direitos Humanos

A campanha termina a 10 de Dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos, reforçando a mensagem de que os espaços digitais devem ser seguros, inclusivos e livres de violência para todas as mulheres e raparigas.