O projecto Hidroeléctrico de Mphanda Nkuwa, a ser desenvolvido na província de Tete, centro de Moçambique, poderá gerar mais de 8000 postos de trabalho para jovens durante a sua primeira fase de implementação. A informação foi divulgada esta quinta-feira (03), durante uma entrevista à imprensa, pelo director-geral do Gabinete de Implementação do Projecto Mphanda Nkuwa (GMNK), Carlos Yum.

Citado pela Rádio Moçambique, o responsável avançou que estão a decorrer, actualmente, estudos de viabilidade que determinarão as condições finais para o avanço do projecto, que prevê a construção de uma barragem no rio Zambeze, abrangendo os distritos de Marara, Cahora Bassa e Chiúta.


O projecto, avaliado em 320 mil milhões de meticais (5 mil milhões de dólares), está estruturado sob o modelo Build, Own, Operate and Transfer (BOOT), prevendo-se o encerramento do processo de financiamento para 2027 e o início das operações comerciais em 2032. A barragem será erguida a cerca de 61 quilómetros a jusante da barragem de Cahora Bassa e incluirá uma linha de transporte de energia de alta tensão com aproximadamente 1300 quilómetros, desde Tete até Maputo.


O projecto constitui o maior investimento público-privado em infra-estruturas alguma vez realizado no País, sendo considerado um pilar da estratégia nacional para posicionar Moçambique como um exportador regional de energia limpa. O Governo tem apresentado a iniciativa a investidores internacionais, incluindo numa sessão recente em Londres, em parceria com o Tony Blair Institute for Global Change, no âmbito da Missão 300 e do Compacto Nacional de Energia.


Entre os parceiros envolvidos destacam-se a Électricité de France, a TotalEnergies e a Sumitomo Corporation, além de instituições como o Banco Mundial, a International Finance Corporation (IFC), a Agência Multilateral de Garantia de Investimentos (MIGA) e o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD)