Trata-se de uma formação que visava reforçar os mecanismos de prevenção ao branqueamento de capitais e melhorar a recuperação de activos, numa altura em que os esquemas criminosos se tornam cada vez mais sofisticados e transnacionais.
Segundo uma publicação do Jornal Rigor, a iniciativa integra a segunda fase (2024–2027) do Projecto Anticorrupção, apoiado pela Cooperação Suíça, em parceria com a Procuradoria-Geral da República e o Centro Internacional de Recuperação de Activos.
Na ocasião, em representação da Directora do Gabinete Central de Combate à Corrupção, Maria Emília Ferrão destacou a importância da acção para o fortalecimento institucional da justiça, sublinhando ser essencial garantir um corpo técnico altamente preparado.
“O objectivo central é dotar os quadros da justiça de ferramentas técnicas e operacionais modernas para enfrentar a criminalidade económica e financeira, cada vez mais sofisticada. Só com quadros bem capacitados e munidos de instrumentos actualizados poderemos responder com eficácia às exigências da sociedade”, referiu.
Durante os três dias, os participantes aprofundaram temas como a natureza autónoma do crime de branqueamento de capitais, mecanismos de suspensão de operações suspeitas, controlo de contas bancárias, distinção entre perda clássica e alargada de bens, entre outras matérias processuais críticas.
A especialista Margarida Bandeira, uma das formadoras, sublinhou que “não basta ter leis robustas; é preciso garantir que os profissionais estejam tecnicamente habilitados para aplicá-las com rigor e eficácia”. Bandeira reforçou ainda que a capacitação abordará também crimes precedentes, estratégias de recuperação de activos e debates jurídicos em curso no País.
“O que se pretende é que haja troca de experiências e que os participantes saiam mais preparados e ágeis na condução dos processos”, concluiu.
Desde a primeira fase do projecto, mais de mil profissionais da justiça moçambicana – entre procuradores, juízes e investigadores do SERNIC – já beneficiaram destas formações.
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