Foi detido ontem (11), no Aeroporto Internacional de Maputo, Hussen Gulam Mahomed, irmão de Norolamin Gulam, no âmbito da operação stop branqueamento de capitais, promovida pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Uma fonte da PGR assinala que Hussen Gulam Mahomed vinha de Dubai, Emirados Árabes Unidos, onde se tinha colocado em fuga. Não está claro o que motivou Hussen Gulam, arguido no processo nr 3/GCCCOT/22, a regressar a Maputo. Ele é indiciado pela PGR pela prática dos crimes de falsificação de documentos, fraude fiscal, associação criminosa e branqueamento de capitais.

A PGR alega que Hussen Gulam, além de ter criado sociedades comerciais e fachada, em Moçambique, o mesmo usou contas bancárias das mesmas sociedades comerciais para transferir aos paraísos fiscais, milhares de dólares americanos, com  alegação de compra de bens para importação, que nunca deram entrada em Moçambique.

Nas suas investigações, a PGR afirma que Hussen Gulam, nas suas acções, sempre contou com auxílio de despachantes aduaneiros, advogados e alguns técnicos dos bancos comerciais na falsificação de documentos e consequente exportação de capitais.

Hussen Gulam é irmão do Norolamin Gulam detido, em Fevereiro de 2024, nos Estados Unidos da América por tráfico internacional de drogas. Ele também é arguido no processo 3/GCCCOT/22. Norolamin Gulam era, em Moçambique, a face mais visível do Grupo Maiaia, baseado em Nampula. Em 2013, Norolamin Gulam Hassan e Hussen Gulam Mahomed, administradores do Grupo Maiaia fugiram de Moçambique para Portugal, numa altura em que o “império” de Nacala devia à banca nacional perto de 50 milhões de dólares.Além de Hussen e Norolamin, são também arguidos outros dois irmãos, recentemente restituídos à liberdade pelo Tribunal Judicial da Cidade de Maputo. São também arguidos, despachantes aduaneiros e alguns técnicos bancários, num universo de mais de 40 indivíduos além das próprias sociedades comerciais, que foram constituídas arguidas, num total de 62 entidades.

Segundo uma publicação do Jornal Savana, a PGR aponta que Hussen Gulam e os seus irmãos são importantes peças nas acções de branqueamento de capitais, tendo como resultado dos crimes cometidos, “construído impérios” em Nacala, Nampula e cidade de Maputo.

Recorde-se que o Gabinete Central de Combate à  Criminalidade Organizada e Transnacional, órgão do Ministério Público, apreendeu cerca de 32 imóveis, viaturas de luxo e valores monetários, que estavam no domínio dos arguidos, incluindo Hussen Gulam.