Acompanhados pelas suas professoras, os estudantes realizaram uma viagem de estudo a Maputo no final de 2024, onde mergulharam no vasto acervo de Ricardo Rangel, preservado no Centro de Documentação e Formação Fotográfica de Moçambique, fundado pelo próprio fotógrafo. Entre mais de duas mil imagens digitalizadas, seleccionaram aquelas que melhor dialogam com os temas explorados nos seus percursos artísticos — como o quotidiano urbano e rural, os gestos simples, a memória colectiva e as ligações entre território e identidade — propondo uma leitura contemporânea do legado de Rangel e cruzando olhares entre Moçambique e o oceano Índico.

Para além da exposição, o auditório do CCFM vai acolher já na quarta-feira, uma mesa-redonda intitulada “Travessias Visuais: Memórias e Resistência no Olhar de Ricardo Rangel”, visando promover uma conversa aberta a investigadores, estudantes, fotógrafos e ao público em geral.
“Esta mesa-redonda propõe um diálogo sobre a cidade de Maputo como território de observação crítica, memória e resistência, a partir das fotografias de Ricardo Rangel apresentadas na exposição Idas e Vindas”, refere uma nota divulgada pelos organizadores.
A realização desta exposição conta com o apoio do Millennium bim, parceiro do CCFM na promoção das artes e da cultura em Moçambique. Com este apoio, o banco reafirma o seu compromisso com o incentivo à criação artística e ao diálogo intercultural, contribuindo activamente para a valorização do património cultural moçambicano.
Ricardo Rangel, nascido em 1924 em Maputo (antiga Lourenço Marques), Moçambique, faleceu em 2009 em Maputo. Durante os seus trabalhos fotojornalísticos, Rangel orientou-se para a denúncia da colonização, o que lhe valeu várias detenções. As suas fotografias contam a história de Moçambique através dos gestos e das actividades quotidianas da população. Centradas no ser humano, as suas imagens são documentais, comprometidas e críticas.
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