Moçambique apreendeu, no ano passado, quatro toneladas de droga diversa, quantidade avaliada em 1,6 mil milhões de meticais, o equivalente a 24,8 milhões de dólares. Os dados constam no relatório divulgado, esta quinta-feira (22), pelo Gabinete Central de Prevenção e Combate à Droga (GCPCD)
.

De acordo com o documento, a cocaína foi a drogas mais traficadas no País, tendo sido apreendida cerca de 1992 quilogramas, seguida pela canábis com 1856 quilogramas. Durante o período em referência, foram também apreendidos 42 quilogramas de heroína, 467 quilogramas de metanfetaminas e 44 quilogramas de haxixe.

“Em conexão com o consumo e tráfico de drogas, pelo menos 732 pessoas foram detidas em 2024 em Moçambique, uma redução de 229 face a 2023”, lê-se no relatório, destacando as província de Sofala, Maputo cidade e província e Cabo Delgado sendo os pontos que registaram mais detenções com 199, 133, 109 e 19, respectivamente.

O relatório aponta igualmente que a rota Afeganistão-Paquistão-Pemba-Zambézia-Maputo-África do Sul foi usada, durante o período em análise, para o tráfico de metanfetaminas, heroína e anfetaminas.

“O trajecto São Paulo-Adis Abeba-Maputo-África do Sul é usado para a circulação de cocaína, assim como as rotas São Paulo-Lisboa-Maputo-África do Sul e Índia-Moçambique”, acrescenta.

Segundo o documento, Moçambique é o país de eleição dos traficantes de drogas, devido à localização geográfica, vasta fronteira terrestre, extensa costa marítima e existência de um sistema de transporte e comunicações que serve a região Austral de África, factores que o crime organizado procura usar em seu benefício nas suas actividades ilícitas, incluindo o tráfico de drogas e outras substâncias proibidas.

Por isso, para o chefe da Repartição Central de crimes contra a ordem e tranquilidades públicas, Eusébio Nhamússua, a prevenção e o combate do tráfico de estupefacientes e substâncias psicotrópicas e preparados ou outras substâncias de efeitos similares, depende da diminuição da oferta de drogas, através da presença de fiscais nos locais propensos a entradas de drogas, escolas, comunidades, fronteiras aéreas, terrestres e marítimas.