A Presidente da Assembleia da República, Margarida Adamugi Talapa, manteve, esta quarta-feira, 22, encontro de trabalho com a sua homóloga do Conselho da Federação da Rússia, Valantina Matvienko, no âmbito da realização do XI Congresso Ecológico Internacional, que decorre entre esta quinta e sexta-feira, em São Petersburgo.

No encontro que decorreu a porta fechada, os líderes dos órgãos legislativos de Moçambique e da Rússia renovaram o compromisso de materializar as acções constantes do memorando de cooperação assinado a última legislatura.

A Presidente da Assembleia da República partilhou com a sua homóloga da Rússia a situação política, económica e social de Moçambique, particularmente no período pós-eleitoral, tendo destacado haver sinais positivos de recuperação económica, resultante da implementação de iniciativas que visam apoiar os jovens e mulheres, ao nível das comunidades, bem como a melhoria do ambiente de negócios e a promoção das Micro, Pequenas e Médias Empresas.

Sobre o terrorismo em algumas zonas da Província de Cabo Delgado, Talapa disse que as Forças de Defesa e de Segurança de Moçambique, com apoio de parceiros e da Força Local, têm procurado manter a ordem e tranquilidade públicas naquela região, estando a população a retornar as zonas de origem.

Margarida Talapa transmitiu à Presidente do Conselho da Federação da Rússia que “o actual contexto no país impõe desafios à Assembleia da República de Moçambique, que pela primeira vez, é composta por quatro bancadas parlamentares.

Considerando a dimensão dos desafios que se impõe a Assembleia da República de Moçambique, a mesma gostaria de reforçar a cooperação interparlamentar com a Rússia e colher da sua experiência, nos diferentes domínios”.

A Presidente do parlamento moçambicano participa, na cidade de São Peterburg, no X Congresso Ecológico Internacional, a convite da Presidente do Conselho da Federação da Rússia, Valantina Matvienko, com quem manteve encontro de trabalho.

Margarida Talapa foi uma das oradoras no painel temático sobre “O Papel das Mulheres para o Bem-Estar Ambiental”, inserido no X Congresso Ecológico Internacional, que decorre esta quinta e sexta-feira em São Petergurg, na Rússia.

A Presidente do Parlamento moçambicano reconheceu que a crise climática, a perda da biodiversidade, a degradação dos solos, a escassez de água potável, a poluição atmosférica e marinha, entre outros fenómenos, afectam hoje todas as nações, contudo o seu impacto é desigual.

“Estamos conscientes de que o impacto da crise climática é desigual. Incide com maior severidade sobre os países em desenvolvimento e, dentro destes, sobre grupos mais vulneráveis, entre os quais se destacam as mulheres”, disse Talapa.

Em Moçambique mais de s70% da população depende da agricultura. Cerca de 60% da força de trabalho agrícola é feminina.

A Presidente da Assembleia da República, demostrou que no contexto moçambicano, “as mulheres são agentes centrais na gestão de recursos naturais e na protecção dos ecossistemas.

E, em muitos casos, especialmente nas zonas rurais, que se encontram na linha da frente, as mulheres são provedoras de alimentos, água e energia para os lares”.

E tendo em conta o papel das mulheres, “o governo e a Assembleia da República de Moçambique têm desenvolvido várias iniciativas para reconhecer, valorizar e reforçar este papel das mulheres na agenda ambiental, sublinhou Talapa.

A título de exemplo referiu-se à integração nos currículos escolares de conteúdos que promovem a educação ambiental.

Sobre a participação política e liderança das mulheres, disse que a Assembleia da República tem promovido a presença feminina nos processos de tomada de decisão, incluindo nas Comissões Parlamentares.

Margarida Talapa referiu-se, igualmente, que a Assembleia da República tem dado passos importantes na formulação e fiscalização de políticas que integram a perspectiva de género na protecção ambiental.

Citou como exmplo a Revisão da Política Nacional do Género, aprovada em 2023, incorpora objectivos específicos para o empoderamento feminino em acções climáticas e ambientais.

A Presidente da Assembleia da República participou, igualmente, no painel tematico sobre “Segurança Alimentar num Clima em Mudança”.

Neste painel, Margarida Talapa não fez apresentou comunicação oficial. Sobre este tema, a Presidente do Parlamento moçambicano defende uma parceria global com os países em desenvolvimento, face à insegurança alimentar decorrente das mudanças climáticas.

De acordo com as Nações Unidas, mais de 232 milhões de pessoas no continente africano estão subnutridas. Margarida Talapa reconhece que “Moçambique não está isento deste quadro preocupante.

O relatório de avaliação dos efeitos das alterações climáticas de 2024, revela que, no período entre Abril e Setembro de 2024, cerca de 2,79 milhões de pessoas encontravam-se em situação de insegurança alimentar aguda.

Em resposta a esta realidade, o governo moçambicano e a Assembleia da República assumiram, como agenda, o combate à insegurança alimentar e nutricional e a construção da resiliência aos efeitos das mudanças climática.