Documentos confidenciais revelam que o projecto, liderado pela petrolÃfera TotalEnergies, de exploração de gás natural na bacia do Rovuma, na provÃncia de Cabo Delgado, vai ter impactos nocivos ao ambiente e à biodiversidade.
O projecto Mozambique LNG está avaliado em 20 mil milhões de dólares americanos. Apesar de se perspectivar desenvolvimento económico para o paÃs, o projecto é uma bomba atómica para o ambiente. Isto levou a que 126 ONGs pedissem aos bancos para parar de financiar o projecto. Até hoje o projecto não teve a Decisão Final de Investimento. Está suspenda, em grande medida, pela situação de segurança na provÃncia.
Na fase de exploração e consumo das quantidades de gás offshore do projecto serão emitidas 4,4 biliões de tonelada de CO₂, “mais do que as emissões anuais da União Europeia”.
Os documentos obtidos pela ONG Climate Whistleblowers cujos dados foram divulgados pela Midiapart na série de investigação “GreenFakes” apontam que o ambiente e a vida selvagem, no mar e na terra, serão prejudicados pelo projecto.
A TotalEnergies prometeu respeitar o padrão PS6, desenvolvido pala Corporação Financeira Internacional (IFC), uma subsidiária do Banco Mundial, aquando da aquisição do projecto à americana Anadarko, em 2019.
A petrolÃfera diz que segue as normas no plano de acção para a biodiversidade elaborado pela Anadarko. A TotalEnergies mantém o plano guardado a “sete-chaves”. Mas a publicação a que tivemos acesso refere que de lá a esta parte a multinacional francesa não respeitou o padrão da IFC.
O padrão PS6 da IFC prevê que o projecto não deve causar nenhuma perda lÃquida de biodiversidade, e até mesmo um ganho lÃquido para habitats crÃticos que abrigam espécies ameaçadas.
No documento da Anadarko, agora na posse da TotalEnergies, destaca, em primeiro lugar, que devido à pobreza de dados disponÃveis sobra a fauna e flora “nesta região isolada de Moçambique” são necessários estudos adicionais para “quantificar e gerir os impactos do projecto”. Mas a TotalEnergies “não sabe” se está em conformidade com o projecto, devido à falta de instrumento de medição.
O documento destaca ainda que a penÃnsula de Afungi, áreas de 3.500 hectares concedida à TotalEnergies, abriga uma alta diversidade de espécies, com mais de 150 espécies que só existem na região, dez das quais em perigo de extinção.
Espécies de animais também estão vulneráveis ao desaparecimento, incluindo a garça de Madagáscar e o cão selvagem africano.


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