Nova fase da parceria com foco em resultados
O Presidente Daniel Chapo afirmou que Moçambique e Brasil decidiram inaugurar uma nova etapa da cooperação, assente em projectos concretos e sectores de impacto directo no desenvolvimento económico.
“Decidimos nos concentrar nas seguintes áreas: agricultura, transporte e logística, recursos minerais e energia, infra-estruturas, saúde e, principalmente, a exploração do gás”, destacou, referindo que a experiência brasileira em segurança alimentar, energia e gestão do agro-negócio será determinante.
Como resultado das conversações, foram assinados nove instrumentos jurídicos destinados ao reforço institucional e ao desenvolvimento sectorial. Entre eles destacam-se:
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Ajuste Complementar para capacitação do Instituto de Aviação Civil;
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Acordo de reforço da Assistência Jurídica;
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Expansão do Centro Agro-Florestal de Mabalane, na província de Gaza;
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Programa de Desenvolvimento Integrado de Moçambique;
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Memorando sobre Formação Diplomática.
Sector privado como motor da nova cooperação
Chapo destacou ainda o papel central do sector privado nesta nova fase da parceria. A presença de empresários brasileiros na comitiva de Lula foi apontada como sinal de compromisso económico.
“Demonstra o interesse e a importância atribuída ao sector empresarial na dinamização das relações económicas e comerciais”, afirmou.
O Chefe de Estado antecipou que o Fórum de Negócios Moçambique-Brasil irá permitir contactos “frutíferos” entre os dois mercados e novas oportunidades de investimento.
Chapo agradeceu também o apoio brasileiro no combate ao terrorismo em Moçambique e reafirmou que a paz e a estabilidade continuarão a ser prioridades nacionais. Para o Presidente, os 50 anos de cooperação simbolizam “a renovação do espírito de irmandade” entre os povos dos dois países.
Brasil anuncia novas vagas de formação e projectos estratégicos
O Presidente Lula classificou igualmente a visita como um marco simbólico. “Esta visita é especial, pois ocorre no marco dos 50 anos de independência de Moçambique”, afirmou, lembrando que o Brasil foi um dos primeiros países a reconhecer a independência em 1975.
Lula disse que o Brasil “reencontrou Moçambique” após anos de distanciamento e que agora pretende consolidar e ampliar essa relação. O líder brasileiro destacou a assinatura dos nove acordos e anunciou novas iniciativas, entre as quais:
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80 vagas de formação de formadores em ciências agrárias;
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400 vagas em cursos técnicos para moçambicanos em 2026;
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Programas nas áreas de biocombustíveis, adaptação climática, produção de medicamentos, segurança alimentar e mobilidade estudantil.
Em matéria ambiental, Lula sublinhou que é possível “ampliar a produtividade da savana africana sem comprometer o meio ambiente”, reforçando a intenção de expandir a cooperação energética e agrícola.
Retoma plena da parceria bilateral
No encerramento, Lula afirmou que a deslocação a Maputo representa “o recomeço de uma história que nunca deveria ter parado de acontecer”. Reiterou que o Brasil está pronto para apoiar Moçambique “em todas as áreas, da indústria à energia”, destacando a saúde e a educação como prioridades centrais da nova agenda bilateral.

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