1. Contexto recente:

Andry Rajoelina, ex-Presidente de Madagáscar, perdeu oficialmente a sua nacionalidade malgaxe após fugir do país no início de outubro de 2025. A decisão baseia-se na legislação local, que determina que qualquer cidadão que adquira uma nacionalidade estrangeira perde automaticamente a malgaxe.

2. Motivo da perda de nacionalidade:
O decreto refere-se à nacionalidade francesa obtida por Rajoelina em 2014, revelada publicamente apenas em 2023 — facto que causou um escândalo político. Apesar das contestações e tentativas de desqualificação, ele conseguiu disputar e vencer as eleições de 2023, amplamente contestadas e boicotadas por parte da oposição.

3. Queda do governo:
A fuga de Rajoelina ocorreu a 11 de outubro, após um motim da CAPSAT (Corps d’Armée des Personnel et des Services Administratifs et Techniques), uma unidade militar que se rebelou e aderiu às manifestações juvenis contra o governo.
Três dias depois, a 14 de outubro, o coronel Michaël Randrianirina, líder da CAPSAT, assumiu o poder, prometendo organizar eleições num prazo de dois anos.

4. Situação atual:
Rajoelina encontra-se em paradeiro desconhecido, alegando estar escondido “por razões de segurança”. A nova liderança militar tenta estabilizar o país e iniciar um processo de transição.

5. Implicações políticas:

  • A perda da nacionalidade impede legalmente Rajoelina de se recandidatar ou exercer funções políticas no país.

  • A crise expõe fragilidades institucionais e tensões civis-militares recorrentes em Madagáscar.

  • A promessa de eleições em dois anos poderá servir como teste à credibilidade e legitimidade do novo regime.