Pagamento de três meses de horas extras levou à suspensão temporária da paralisação, mas médicos mantêm exigência de quitação total dos valores em atraso desde 2023.

O Governo pagou parte da dívida referente às horas extras dos médicos residentes do Hospital Central da Beira (HCB), evitando, assim, a paralisação das actividades laborais que estava prevista para iniciar no último sábado. O pagamento cobre três meses em atraso, segundo confirmaram fontes médicas.

De acordo com um dos representantes dos médicos residentes, a decisão de suspender a greve foi tomada na sexta-feira, depois da confirmação do início dos pagamentos, por volta das 15h30. “Os colegas, com bom senso, decidiram dar uma trégua e retomar o trabalho. Ficámos de reunir na segunda-feira para avaliarmos os detalhes e definir novos prazos de negociação”, explicou.

Apesar da regularização parcial, os profissionais sublinham que persistem valores por liquidar desde 2023. “Foi um voto de confiança. Acreditamos que, com base nas informações apresentadas e nos documentos da inspecção, o Governo continuará o processo de pagamento. Por agora, decidimos dar esse crédito à direcção e manter o diálogo”, acrescentou o representante.

O processo de pagamento iniciou-se na sexta-feira, com a maioria dos médicos a receber nessa data, enquanto outros tiveram o valor creditado no sábado e alguns esperam ainda ser pagos até esta segunda-feira. “Esperamos que até segunda-feira todos tenham recebido os três meses”, referiu.

Questionado sobre os próximos passos caso o pagamento não seja concluído, o representante dos médicos disse que qualquer decisão será tomada em assembleia, onde será definido um plano consensual de actuação.