O académico e membro da FRELIMO, Teodoro Waty, levantou sérias preocupações sobre um possível conflito de interesses na gestão das Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), envolvendo o consultor sérvio Dane Kondić. Waty defende a cessação imediata das funções de Kondić, cuja actuação simultânea na Air Botswana e na presidência do Comité de Gestão da LAM compromete, segundo ele, a transparência e a integridade do processo de reestruturação da companhia aérea nacional.

Kondić foi nomeado em Maio de 2025 para liderar o Comité de Gestão da LAM, sob coordenação da Knighthood Global, empresa dirigida por James Hogan, ex-CEO da Etihad Airways. O seu mandato de um ano inclui como metas a reestruturação financeira da companhia, a modernização da frota e reformas profundas na governança corporativa, com base numa auditoria forense às operações da LAM na última década. No entanto, a sua ligação actual à Air Botswana levanta dúvidas sobre a sua imparcialidade e comprometimento exclusivo com a transportadora moçambicana.

A ex-administradora delegada da LAM, Marlene Manave, que ocupou o cargo entre 2011 e 2014, também teceu críticas à actual gestão da empresa. Para Manave, há sérios problemas de gestão e interferência externa, o que ameaça a viabilidade da companhia. Ela defende uma profunda reestruturação institucional da LAM, com vista à sua revitalização como companhia aérea de bandeira.

Manave, especialista em desenvolvimento de negócios, recordou que durante o seu mandato a empresa viveu um dos seus períodos mais estáveis, reforçando a necessidade de uma liderança competente, profissional e independente de pressões políticas ou interesses externos.

As declarações de Waty e Manave foram feitas durante uma entrevista concedida à estação televisiva nacional MBC TV e reacendem o debate sobre o futuro da LAM, numa altura em que a empresa enfrenta mais uma fase crítica da sua história.